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SALVO CONDUTO com Joana Castro | ARTE TOTAL



(fotografia - André Mendanha Ralha)


"Numa altura em que a distância física nos é imposta, como podemos repensar as relações humanas? Que danças surgem quando nos conectamos individual e coletivamente?

Em torno da identidade, das relações humanas, da relação do corpo com o espaço que habitamos ou nos propomos a habitar, olhamos os diversos mundos, compondo um mapa sem fronteiras, onde cada voz se faz ouvir e onde cada corpo se move e faz mover.

Perante a “nova normalidade”, resistimos. Valorizamos a singularidade e afirmamos a diversidade numa dança que é movimento, conhecimento e poder."

ARTE TOTAL | SALVO CONDUTO é uma actividade com o domínio artístico na formação sob o formato criação site- specific e com a obrigatoriedade de apresentação pública de um resultado, no final de cada acção. Os princípios de pesquisa e construção performativa, nestas formações da Arte Total, pretendem evocar a memória e a corporeidade a partir de um estado que se pretende profundo de relação com o espaço e o tempo, adensando, nos participantes, um novo conjunto de ferramentas para as suas futuras criações. A realização desta formação prática será no espaço do Museu Nogueira da Silva enquadrando-se, no seu final, numa criação Site-Specific.

Durante uma semana (7 a 12 de Setembro) os participantes (coreógrafo e bailarinos, profissionais das artes performativas, alunos) passarão a habitar um novo espaço - Museu Nogueira da Silva. O programa de formação circunscreve-se num formato semelhante a uma residência coreográfica com o objectivo de implementar um modelo de actualização e valorização profissional que tenha repercussões directas nas carreiras dos participantes.

TEXTO LIDO NO FINAL A quem nos ouve, bem haja. Depois de momentos de grande adversidade, em que vimos as nossas vidas mudar radicalmente, fomos capazes de nos adaptarmos para que este reencontro fosse possível. Apesar de nos ter sido imposto abdicar da proximidade das nossas relações afetivas, das nossas rotinas de trabalho, do exercício pleno da nossa cidadania e humanidade, tivemos esperança num regresso a uma dita normalidade que nos devolvesse a vida. E se este regresso tão aguardado nos traz a possibilidade de nos voltarmos a encontrar, também nos parece importante que depositemos em vocês a confiança de saber o que este regresso representa para nós, profissionais da cultura e das artes, mas também habitantes deste país, com direitos e deveres como vocês, com famílias e encargos. É importante dizer-vos que têm ouvido muitas mentiras e que essas mentiras têm repercussão na vida de muita gente, que a narrativa defendida pelo Ministério da Cultura, relativamente às medidas que tem tomado, é fictícia. E este é também um regresso fictício, porque grande parte do setor continua à espera de medidas reais, que solucionem problemas imediatos; porque muitas pessoas continuam sem condições para retomar as suas atividades, logo, sem rendimentos; porque falta incluir, sem exceção, profissionais independentes nos apoios sociais; porque falta fazer cumprir a lei dos cancelamentos/reagendamentos por parte de instituições públicas ou com financiamento público; porque falta uma linha real de emergência, que não deixe ninguém de fora, sem concurso, por parte do ministério da cultura, que nunca chegou a existir. Este é um regresso fictício porque, até ao final do presente ano, tem de ser cumprida a promessa da Ministra da Cultura: legislar um modelo de contribuições para a Segurança Social que se adeque às nossas condições específicas de trabalho. De uma vez por todas, é necessário interromper o ciclo vicioso de sucessivos governos que chamam artistas para almoços de campanha e no dia imediato a que ganham as eleições deixam-nos cair no esquecimento. Exigimos respeito do Governo, exigimos um Ministério da Cultura digno, que honre o setor que representa. Exigimos um investimento orçamental condigno que reflita a verdadeira importância do nosso trabalho. Começa hoje a ocupação. Se nos tratam como se fossemos invisíveis, ocuparemos o espaço necessário para nos fazermos ver e ouvir. Pelo fim das mentiras que nos contam, por um regresso real, porque vidas não podem esperar. Sem Cultura não há pensamento, não há educação, não há opção, não há liberdade, não há democracia. Sem Cultura não há futuro. A Cultura não transforma o Mundo. A Cultura muda as Pessoas. As Pessoas transformam o Mundo. Pela CULTURA!, que somos nós e são vocês. Este texto foi escrito ao abrigo do novo Acordo Ortográfico e da Linguagem Neutra de Género




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