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o carneiro teria forçosamente de ser vermelho

-Será um exercício auto-reflexivo? Este, que se movimenta entre a escrita e o corpo que dança? Voltou o meu cão com mais perguntas. E eu, claro, respondi: -Acho que a pergunta é mais saber como se pode partir do texto escrito em relação com o corpo que cria movimentos ou vice-versa. Ou seja, como se poderá atravessar o texto com o corpo que dança. Talvez investindo na potência da acção...que achas, cão? -pff...não sei. Quando me ensinaste a dar a pata , eu não aprendi....de facto só te dou a pata quando te quero chamar para me dares mimos (ou queijo). Mas, por outro lado a palavras RUA faz todo o sentido na minha cabeça. Estou a ficar um bom aluno, não estou? -A propósito do bom aluno,... vou-te ler uma passagem de um livro que retrata o que ainda hoje é igual a ontém.

“Cândido ficou em Bordéus apenas o tempo bastante para vender alguns calhaus do Eldorado, e para adquirir uma boa sege de dois lugares; pois não podia mais passar sem o seu filósofo Martinho; ficou apenas muito contrariado por ter de se separar do seu carneiro, que deixou na Academia das Ciências de Bordéus, a qual propôs para tema do seu prémio anual de ensaio o saber-se por que era vermelha a lã daquele carneiro; e o prémio foi atribuído a um estudioso do Norte, que demonstrou por A mais B menos C dividido por Z que o carneiro teria forçosamente de ser vermelho e morrer de brucelose” ( Voltaire, p.113)

CM


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