QUAN-TOS-QUE-RES
A companhia de dança Arte Total estreou em Julho de 2019, no Theatro Circo de Braga a sua mais recente criação Quan-tos-Que-res.
O espectáculo resulta de um desafo lançado ao actor António Durães para dirigir a companhia de dança, na criação de um espectáculo sobre o tema /pergunta o que é CORRER RISCOS.
A exploração dramatúrgica de António Durães conduziu-nos para o universo do jogo infantil e da manipulação do tempo, na forma como as crianças param o tempo através do jogo, se projectam no futuro como adultos e arriscam novas poéticas nas múltiplas gramáticas do movimento que criam.
O ponto de partida foi o “teste Pina” em que o adulto visita o seu passado para testar se as suas expectativas de futuro correspondem à sua realidade actual. É um teste que, quase sempre, falha e que explica a nossa realidade, enquanto adultos.
FICHA TÉCNICA E ARTÍSTICA:
Diercção Artística: Cristina Mendanha Encenação e Dramaturgia: António Durães Performers: Armando Pinho; David Ramalho; Gabriela Barros; Inês Pereira Música: David Ramalho; Inês Pereira Bateria: André Hollanda Direcção Técnica e Desenho de Luz : Sérgio Julião
FOTO: Paulo Nogueira ; Cristina Mendanha; Diário do Minho
SOBRE O ESPECTÁCULO
RÁDIO
TSF
https://www.tsf.pt/.../.../manha-tsf-25-junho-2019-11104049.html
RUM
https://rum.pt/news/arte-total-cruza-formacao-e-criacao-no-novo-espectaculo
TEXTO PÓS ESTREIA
QUA-NTOS-QUE-RES Primeiro Chegam elásticos expandidos Crianças-bandidos do lugar Meninos banidos da infância santa Aparelho nos dentes, acne na garganta, À espera do futuro simétrico por gravar Do corpo poético a deslizar em carrinho defensivo no empedrado, Que torna irregular o chão plastifcado O gesto eléctrico do caminho Que vai da sala de jantar Até ao sorriso envelhecido do menino. A seguir chegam os carros de ir às compras, mas vazios, Apenas movimento, dança e pequenos calafrios. E já rola o esférico no relvado teatral As meninas vão ganhar de cabazada Sem remorsos sem drama sem mais nada Depois chega a farinha: Não a que falhou na vida e não foi pão por um triz, Mas que que faz jogar, suja o nariz. E por fm a limpeza capital, à vassourada, artifício manual; E depois dela, sempre haverá, Como boi ex-máquina, (coisa aspirante, aspiradora besta enfurecida, Carícia de fera, brutal e desmedida, Gesto e gosto ao Deus dará), o canto da vestal sacerdotisa, Que a beleza, em sacrifício, contudo, domará. QUA-NTOS-QUE-RES. António Durães